Depois de muitos anos de uma sofrida batalha a Tesla Motors e seu principal acionista e criador, Elon Musk, parecem ter finalmente ganho o jogo. Avaliada em 290 bilhões de dólares a Tesla hoje já tem valor de mercado três vezes maior do que a General Motors (49 bilhões de dólares) e a Ford (37 bilhões de dólares) somadas. Superou a Toyota como montadora mais valiosa do mercado de capitais, capaz de produzir carros mais ecológicos para as cidades. E Musk não para de receber bônus por metas atingidas. Só neste ano já recebeu mais de 800 milhões de dólares por fazer sua marca ter se tornado a maior referencia mundial em carros elétricos. Fomentada por um lucro inesperado no terceiro trimestre, progresso da primeira fábrica da empresa na China e entregas de veículos acima das previsões no quarto trimestre, as ações da Tesla não param de se valorizar. Hoje cada ação da Tesla vale mais de 800 dólares. E este é só o primeiro bônus de 12 a que Musk terá direito por desempenhos ligados à empresa. A montadora alcançou US$ 20 bilhões em receita nos últimos quatro trimestres . A Tesla teve uma alta de 163% no valor de suas ações só este ano (Forbes, 01/07/20).
Mas recentemente o excêntrico bilionário assumiu que participou do golpe na Bolívia, que retirou Evo Morales do poder por causa das gigantescas reservas de lítio que o país possui. E das quais depende para a produção de suas baterias. Respondendo no Twitter à provocação de um seguidor, que havia feito um post dizendo que o governo americano havia organizado um golpe para depor o presidente Evo Morales, para que a Tesla pudesse obter lítio do país sul-americano, o bilionário afirmou no dia 25 de julho: “Vamos dar um golpe em quem quisermos! Lide com isso”.
O lítio é um metal encontrado em abundância em Uyuni, um imenso deserto no sul da Bolívia. É a maior jazida do mundo desse material de alta eficiência energética. Juntos, o triângulo formado por Chile, Bolívia e Argentina concentra cerca de 75% das reservas mundiais de lítio. O Chile é atualmente o principal produtor mundial, mas é a Bolívia quem tem o potencial de se tornar o maior fornecedor global desse metal precioso – o deserto de Uyuni abriga 50% de todo o lítio existente no planeta. Com o crescimento da Tesla e reafirmação de uma de suas outras empresas, a SpaceX, Musk pulou da 31a posição para a 4a de homens mais ricos do mundo, com uma fortuna avaliada em 74 bilhões de dólares, o que é mais do que o PIB anual da Bolívia ( 40 bilhões de dólares por ano) .
Cerca de 32% das emissões de carbono no Brasil são provenientes das atividades de transporte. Esse número é considerado elevado em comparação com a média mundial e justificado pelo predomínio do modal rodoviário sobre os demais. Segundo pesquisas, as emissões de CO2 por carros e motos aumentou mais de 200% nos últimos anos. No mesmo período caiu o número de pessoas que utilizam o transporte público. Os números são de um relatório elaborado em 2016 pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema), com base nos dados do Sistema de Emissão de Gases de Efeito Estufa (Seeg). A emissão descontrolada de gases de efeito estufa é a principal causa do aquecimento global, provocando mudanças no clima, como secas extremas e tempestades. O Brasil se comprometeu no Acordo de Paris a reduzir 43% das emissões até 2030.
Uma mudança no modal de transportes, com mais ferrovias para escoamento de produção, pode reduzir as emissões nesse setor. O estudo citado usa dados da Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano, que mostram que o número de passageiros que utilizam ônibus caiu 20% nas últimas duas décadas. Portanto, mais do que nunca é preciso investir no melhoramento do transporte público para que a população volte a enxergar neste meio de transporte uma forma viável e confortável de locomoção. Cidades como Campinas e São José dos Campos e várias outras estão investindo pesadamente na renovação de suas frotas de ônibus adquirindo novos ônibus elétricos, da gigante chinesa BYD, líder mundial neste setor.
Nestes últimos anos o mercado dos carros elétricos tem crescido exponencialmente. No entanto ainda existe uma grande preocupação entres os compradores que é a autonomia de um carro eléctrico. Atualmente os modelos com maior autonomia são o Tesla Roadstar que percorre 970 Km com uma única carga e o Tesla Modelo S, capaz de percorre 610 Km. Esta preocupação poderá desaparecer uma vez que a empresa australiana, a Brighsun New Energy, trabalha há 8 anos numa nova tecnologia que permitirá que os carros com esta bateria consigam percorrer 2 mil quilómetros numa única carga.
A bateria de lítio-enxofre está atualmente em fase de teste. As baterias de lítio-enxofre oferecem uma densidade de energia de cinco a oito vezes superior quando comparado com as baterias atualmente presentes em carros elétricos. Ainda mais impressionante é que esta bateria da Brighsun New Energy mantém 91% da sua capacidade inicial mesmo depois de 1,700 ciclos de carregamento . Daí o enorme interesse de Elon Musk nas reservas bolivianas de lítio. Cidades como Paris, Londres, Berlim e muitas outras planejam banir carros movidos a diesel e gasolina de suas ruas até 2040, num esforço para conter o aquecimento global e cumprir suas metas estipuladas no Acordo de Paris.
Os ônibus elétricos, por sua vez, devem corresponder à metade da da frota do país em um prazo de cinco a dez anos. A previsão é de Rodrigo Pikussa, diretor do negócio ônibus da Marcopolo. No Brasil circulam quase 380 mil ônibus, de acordo com estudo realizado com dados de 2018do Departamento Nacional de Trânsito ( Denatran) e da Agência nacional de Transportes Terrestres ( ANTT) . A Prefeitura de São José dos Campos lançou recentemente o primeiro projeto do país de “ Veículos leves sobre rodas 100% elétrico”, com 12 unidades – que começarão a ser produzidas em março e entregues até o fim de 2021.
O mercado brasileiro de ônibus urbanos movimenta entre 10 mil e 15 mil unidades ao ano, de acordo com o executivo. Em volume, é um mercado anual superior a 5 bilhões de reais. Em períodos normais. Neste ano, a demanda será duramente afetada pela pandemia. O veículo leve sobre rodas 100% elétrico tem taxa zero de emissão e uma necessidade de manutenção muito inferior do que as unidades de combustíveis fósseis, segundo Pikussa. Contudo, ainda é veículo muito mais caro e esse é o principal desafio desse mercado. A Marcopolo já entregou outras versões de veículos elétricos em parceria com a BYD, para cidades como Bauru, Campinas e São Paulo, em São Paulo, Belém (PA), Brasília (DF), Fortaleza (CE), Maringá (PR) e Volta Redonda (RJ) . Em Londre, por sua vez, já existem testes de ônibus movidos a hidrogênio.
A eletrificação da frota automotiva é uma realidade que veio para ficar, não só no Brasil, mas em todo o mundo. As cidades vão precisar se reinventar. A crise do transporte público do Brasil é fruto de um modelo totalmente incorreto e que precisará ser revisto. Nas maiores cidades do mundo, o transporte público é ou financiado ou subsidiado pelos governos. Tanto no Brasil como fora, em outros países, a expansão da frota transporte público elétrico pode contar com financiamento das companhias de distribuição de energia, interessadas em desenvolver esse mercado cativo. “Para elas, é o ideal. Os ônibus são carregados durante à noite, quando não há sobrecarga na rede. Ao contrário, eles geram receita justamente quando o sistema está ocioso.”, segundo o executivo da Marcopolo As companhias, segundo ele, podem atuar tanto no custeio da infraestrutura de abastecimento como da própria frota, em parceria com as cidades e estados. O grande exemplo na América Latina é o Chile. Na cidade de Santiago a frota elétrica conta com um total de 500 unidades já em operação. É um exemplo a ser seguido pelo Brasil, por Goiás e por Goiânia, que ajudará a melhorar a qualidade de vida de sua população e do ar que respiramos!