Goiânia sempre foi uma potência de geração de empregos, oportunidades e de qualidade de vida desde sua fundação. Com praticamente um milhão e meio de habitantes hoje, 755 bairros, sendo 94 destes criados somente desde o último plano diretor da cidade, de 2007, nossa capital precisava mesmo repensar seus rumos e eixos de crescimento através da discussão e planejamento de um novo plano diretor.
Como empresário do ramo imobiliário e urbanista vi Goiânia crescer sem parar desde quando fundei minha empresa e ajudei pioneiros como o Dr. Lourival Louza, Altamiro de Moura Pacheco, Jerônimo Coimbra Bueno e tantos outros a edificarem nossa cidade. Por isso vejo com bons olhos a discussão do novo plano diretor “Goiânia do futuro”, cujas discussões iniciais aconteceram ainda em 2017. Dos sete eixos estratégicos de desenvolvimento propostos, gostaria de salientar a importância crucial que dois deles para os próximos 30 anos, tendo em vista a necessária descarbonização da economia e a contenção do aquecimento global como proposto pelo Acordo de Paris.
O primeiro eixo é o de sustentabilidade ambiental. Segundo o relatório "O Futuro que não Queremos" – elaborado pelo C40 (Rede de 40 megacidades pelo mundo preocupadas com as mudanças climáticas) -, 1.6 bilhões de pessoas, em mais de 970 cidades, serão expostas regularmente a temperaturas extremas.
650 milhões de pessoas terão risco de falta de água, em mais de 500 cidades. 2.5 bilhões de pessoas terão risco de insegurança alimentar. Portanto, pensar a segurança hídrica e alimentar de nossa população tem que estar na base de nossas discussões. Por isso defendemos como primordial para Goiânia, através do Instituto Rizzo, a implantação do Museu da Água de Goiás, no Parque Altamiro de Moura Pacheco. Um Centro de referência em Recursos hídricos e de educação ambiental que possa ordenar junto com o poder público nossas ações nesta área.
O segundo eixo crucial (Mobilidade, Acessibilidade e Transporte) de replanejamento urbano de Goiânia, com toda certeza deverá passar pela reconfiguração de nossos meios de transporte tendo em vista a eletrificação de nossas frotas. Cidades como Londres, Paris, Estocolmo e tantas outras vão proibir a circulação de carros movidos a diesel ou gasolina de circularem em suas ruas até 2040. A eletrificação sobretudo da frota de transporte coletivo será importantíssima na despoluição do ar de nossa capital e na melhora de qualidade de vida da população. Portanto, pensar em soluções verdes para o transporte coletivo e no incentivo ao uso de bicicletas, motos e patinetes elétricos já acessíveis como soluções para o trânsito caótico, torna-se cada vez mais importante.
Ao longo destes anos todos, o mercado imobiliário está nos levando cada vez mais a novos horizontes, em que a venda de lotes vazios não fará mais sentido, mas sim a entrega de estruturas cada vez mais completas de habitação, saneamento, transporte e lazer, com o meio ambiente integrado e protegido, previstos nos projetos para cada cidadão. Que a sociedade participe ainda mais das discussões junto ao poder público do novo plano diretor “Goiânia do futuro”. Pois só com uma sociedade ativa e forte, que se faz presente, com voz ativa perante sua prefeitura e sua câmara municipal, construiremos a cidade que sonhamos.